O choque hipovolémico é o tipo mais frequente de choque, podendo ser subsequente a hemorragia (perda da massa eritrocitária e de plasma) ou a perda plasmática isolada (como
sucede no sequestro de liquido extravascular, nas perdas pelo trato gastrointestinal e urinário ounas perdas insensíveis). A sintomatologia destas duas situações é clinicamente sobreponível, embora no segundo caso o quadro possa instalar-se de forma mais insidiosa. Os sintomas variam de acordo com a magnitude da perda e, portanto, com a gravidade da situação. Sintomas de Hipovolémia
Leve (<20% do volume circulante)
Moderado (20 a 40% do volume circulante)
Grave (>40% do volume circulante)
Membros frios
Tempo de preenchimento capilar aumentado
Hipersudorese
Colapso venoso
ansiedade
Taquicardia
Taquipneia
Oligúria
Alterações posturais (mas a PA pode ser normal em decúbito)
Instabilidade hemodinâmica(mesmo em decúbito)
Taquicardia acentuada
Hipotensão
Deterioração do estado mental(coma)
A resposta fisiológica compensadora à hipovolémia visa assegurar sobretudo a perfusão dos órgãos nobres, nomeadamente o SNC e o coração. Sendo assim, e como referido anteriormente, ocorre activação do sistema adrenérgico, hiperventilação, activação da suprarenal (com libertação de cortisol), redução do débito urinário (pelo SRAA) e recrutamento dos líquidos intersticiais e intracelulares. No que diz respeito aos parâmetros do hemograma é
importante ter presente que após uma hemorragia aguda, os valores da hemoglobina e do hematócrito podem não estar alterados até que ocorra retenção hídrica ou sejam perfundidos fluidos. Por conseguinte, perante um valor do hematócrito dentro dos limites da normalidade não se pode excluir uma perda hemática significativa. Em contrapartida, se for uma situação de perda plasmática, pode mesmo haver hemoconcentração. O diagnóstico deste tipo de choque pode ser rápido e fácil se o doente apresentar sinais
clínicos de instabilidade hemodinâmica e se a fonte da perda de volume for evidente. No entanto, há situações em que esta fonte de perda é oculta, pelo que o diagnóstico se prefigura mais difícil. O diagnóstico diferencial com o choque cardiogénico é outro aspecto importanteuma vez que ambos cursam com hiperactividade simpática, aumento das RVP e diminuição do DC, mas têm abordagens terapêuticas díspares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário